A recepção foi emocionante. Eram 8h10 da manhã deste sábado, 26, quando Fernando Baumann e Zoanir Cunha entraram no Complexo Turístico Cristo Luz, em Balneário Camboriú. Estava completado o desafio de percorrer os cerca de 1.100 quilômetros que separam o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, do monumento de Balneário Camboriú. Ao todo, foram 1.176 quilômetros em 95 horas e meia pelo litoral. Na ponta do lápis foram 60 horas e 38 minutos pedalando, tempo suficiente para que a dupla queimasse 39.644 calorias.
O desafio começou no dia 22 de novembro, no Rio de Janeiro, e terminou na manhã de hoje. A recepção para a dupla começou ainda na BR-101, onde os amigos começaram a se juntar aos ciclistas. No meio do caminho, Henrique, filho mais novo de Fernando Baumann, o esperava para pedalar ao seu lado. Em seguida, mais um grupo de amigos se juntou à dupla no túnel de acesso da Avenida das Flores, invadiu as ruas centrais e terminou no Cristo Luz. No local, o grupo se uniu aos familiares dos dois ciclistas, onde a emoção tomou conta de todos. Para a chegada, o grupo preparou uma camiseta com a frase “2 Cristos... 2 Ciclistas... 96 horas”, idealizada pela Nico, esposa de Zoanir. Para completar, uma queima de fogos de artifícios marcou o fim do desafio.
Antes de subir o Morro do Cristo Luz, um pequeno desvio na rota para passar na frente da casa de uma tia de Zoanir. Uma senhora que, do alto dos seus 90 anos, esperou o sobrinho sem dormir a noite toda.
O último dia do desafio foi de pedalada intensa. A dupla só foi dormir em Itajaí, pouco mais de uma hora. Eles pedalaram a noite inteira, desde a tarde de sexta-feira, quando saíram de Curitiba. Durante a descida da Serra do Mar, cruzaram por um acidente de trânsito que parou a rodovia. No meio da confusão, um motorista confundiu Fernando com um funcionário da concessionária da rodovia. Por conta do colete refletivo, o chamou para ajudar. Não deu sorte, pois estava falando com um ciclista.
No trecho, Fernando ainda foi contemplado com um pneu furado. No ranking da dupla, terminou 4 a 3 para Zoanir no número de pneus furados. Para Fernando, o desafio vale pelas histórias que vão ficar. A opinião é compartilhada por Zoanir Cunha, que entende que o lado espiritual é um dos fatores que empurra a dupla. Qual será o próximo desafio agora? Se levar em consideração a proporção dos desafios anteriores, o próximo terá que ter 1700 quilômetros. Determinação e coragem não se aprende, apenas se traz dentro do peito!
Do Cristo Redentor ao Cristo Luz
sábado, 26 de novembro de 2011
Quase, quase lá!
Os ciclistas Fernando Baumann e Zoanir Cunha estão neste exato momento (6h17min da manhã) saindo de Itajaí em direção a Balneário Camboriú. A previsão é de chegar no Morro do Cristo Luz entre 8h e 8h30min. Eles pedalaram de Curitiba (PR) a Itajaí SEM PARAR para atingir a meta de fazer 1,1 mil quilômetros entre o Cristo Redentor, no Rio, e Balneário Camboriú, em 96 horas. O amanhecer de hoje está bem bonito para esperá-los!
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
No meio do caminho tinha uma fita de sinalização
No meio do caminho tinha uma fita de sinalização. Se perguntar a Zoanir Cunha o tamanho do estrago que um inofensiva fita de sinalização pode fazer você vai ficar surpreso com a resposta. Mas foi justamente uma fita de sinalização que fez o ciclista se estatelar no chão da BR-116, próximo a Curitiba, no começo da tarde de ontem. Mas podem ficar tranquilos, ele saiu do incidente sem nenhum arranhão ou mancha da roupa de ciclismo. Em compensação, andou mais um pouco e furou a câmara do pneu traseiro. Trocou, voltou a pedalar e lá se foi mais uma câmara. Agora já são quatro. Para evitar novos aborrecimentos, colocou pneu e câmara nova, do estoque emergencial.
Com pneus em dia, Fernando Baumann e Zoanir Cunha, devidamente paramentados para enfrentar a chuva fraca, partiram de Curitiba por vola 17h45 minutos, rumo a Balneário Camboriú. A proposta é chegar entre 8h e 8h30 da manhã deste sábado, no Cristo Luz. Ao se confirmar o horário, a dupla completa o desafio de percorrer os cerca de 1100 quilômetros que separaram o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, do Cristo Luz, em Balneário Camboriú. Os dois estão pedalando praticamente sem parar desde a manhã de terça-feira, quando deixaram a cidade maravilhosa ladeira abaixo, driblando um emaranhado de carros para pegar a estrada de volta para casa. Volta pra casa que por sinal, é um dos elementos que motiva os dois a testarem os limites.
As trapalhadas da equipe de apoio
Primeiro, pegamos no sono - Luiz e Adão - no estacionamento de ônibus de um restaurante em Registro, no interior de São Paulo. Depois ficamos dando voltas em um trecho reto da Régis Bittencourt. Despertados pelo telefonema de Zoanir Cunha querendo saber onde estávamos, começamos a bater cabeça. Saímos em disparada para encontrar os ciclistas, mas esquecemos de observar a sinalização da rodovia. Foi o que bastou para iniciar uma série de erros. Entramos no retorno errado, pagamos pedágio duas vezes e ainda subimos a Serra do Azeite, sem ter necessidade. O vai-e-vem na rodovia chegou a deixar Fernando e Zoanir preocupados.
Os dois estavam aguardando o carro para tirar uma soneca, antes de retornar à estrada. Como o restaurante com melhor estrutura ficava do outro lado da rodovia, os ciclistas atravessaram as pistas, pegaram o telefone, disseram onde estavam e como chegar. Mas nada disso adiantou. Só conseguimos chegar ao local de encontro cerca de uma hora depois. A equipe acompanha a dupla no desafio de percorrer os 1100 quilômetros que separam o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, do Cristo Luz em Balneário Camboriú, desde o dia 19, quando tomamos a estrada rumo à capital Fluminense.
Mãos calejadas
As mãos estão calejadas. Os dedos já não têm a mesma mobilidade, resultado de tanto trocar a marcha. À medida que se aproxima o fim do desafio de percorrer os cerca de 1100 quilômetros que separam o Rio de Janeiro de Balneário Camboriú, começam a aparecer os efeitos de ficar tanto tempo sobre uma bicicleta. Os números do desafio até a manhã desta sexta-feira já totalizavam 78 horas de pedal e 3,337 calorias queimadas. Tudo isso pedalando a uma velocidade média de 17 quilômetros por hora. No Paraná desde a manhã de hoje, a dupla avança em direção a Santa Catarina. Na subida, a coisa que mais incomoda os dois é a placa com a frase "começo da terceira pista a tantos metros" e a que mais agrada é "o fim da terceira pista".
Neste trecho da rodovia, geralmente sem acostamento, os dois têm que andar no limite do asfalto e ainda fugir dos caminhoneiros, que insistem em buzinar quando se aproximam. O susto é inevitável. Zoanir Cunha e Fernando Baumann pedalam desde a manhã de terça-feira, rumo a vencer o desafio pessoal de percorrer os 1100 quilômetros em 96 horas. A chegada será na manhã deste sábado no Cristo Luz, em Balneário Camboriú, provavelmente entre 8h e 8h30.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Régis Bittencourt
Com 680 quilômetros pedalados desde a manhã de terça-feira, Fernando Baumann e Zonir Cunha atingiram no começo da tarde de hoje a rodovia Régis Bittencourt. Agora já dá para dizer que falta pouco para que os dois superem o desafio de percorrer os cerca de 1100 quilômetros de distância entre o Cristo Redentor e o Cristo Luz em 96 horas.
A cada dia na estrada aumenta a responsabilidade dos ciclistas, mas eles mantêm o foco, se acomodam nas bicicletas e pedalam sem parar.
O dia que a roda levou vantagem
A noite vira dia com Fernando Baumann e Zoanir Cunha pedalando rumo a cumprir a meta de percorrer os 1100 quilômetros que separam o Rio de Janeiro de Balneário Camboriú em 96 horas, no chamado Desafio Entre Cristos. Até o momento, a dupla já ultrapassa 600 quilômetros. Ao mesmo tempo, a cada estrada os dois ciclistas aparentam mais vitalidade, apesar das poucas horas de sono e do esforço sobre-humano. A explicação para tamanha disposição pode encontrar respaldo na religiosidade que cada um manifesta do seu jeito. Ela está presente até mesmo no silêncio, nas horas que os ciclistas dedicam para si.
“ A força que nos move é espiritual”, pontua Fernando. Depois de pedalar mais de 600 quilômetros, enfrentar chuva, sol e até mesmo o frio ( fez 13 graus nessa madrugada), tanto Fernando como Zoanir entendem que o corpo já superou todos os limites, tanto físico como mental.
A noite pegou Zoanir e Fernando pedalando rumo a Cubatão/Santos, em meio ao ronco de caminhões que passam o tempo todo neste trecho. Em alguns momentos a neblina conferia um ar fantasmagórico à estrada, especialmente nas regiões desabitadas. Em Cubatão, a fumaça das chaminés das indústrias chamou a atenção de Zoanir. A cena, pouco comum para os lados de Balneário Camboriú, cobre de poluição o céu da cidade paulista.
Às margens da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, uma parada para tomar um café em Praia Grande. A volta à estrada chega com um incidente. O raio do aro traseiro da bicicleta de Fernando dá o último suspiro. Com o barulho, Fernando olha para baixo, reduz a frequência das pedaladas e é atropela. Zoanir. Por pouco, os dois não vão para o chão. Só deu tempo de Fernando esbravejar e colocar os dois pés no chão.
Com a roda travada, foi a vez de Luiz entrar em ação. Em Peruíbe, retirou a roda, partindo em busca de uma loja para fazer o conserto. Mais de uma hora depois e de passar por várias oficinas de bicicleta, Luiz estava de volta. Pneu no lugar, novamente a estrada pela frente. No carro de apoio há material de substituição, mas Fernando entendeu que como estava dentro de uma cidade, poderia reservar os pneus disponíveis para um eventualidade mais grave, que, tomara, não aconteça. Enquanto isso, o céu nublado e abafado exige muito dos ciclistas. À tarde, furou o pneu dianteiro a bicicleta de Fernando. No ranking da dupla, agora tá 2 a 1 para o Zoanir no número de pneus furados.
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