quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A força que vem da estrada

O asfalto enrugado faz a bicicleta tremer, aumentando o cansaço dos ciclistas. Na noite fica difícil diferenciar o que é subida da pista reta. O ritmo da pedalada cai. O cansaço aumenta. Sem olhar para o velocímetro, os ciclistas perdem a noção de tempo. Os motoristas jogam luz alta ao perceberem que os faroletes não tem condições de competir com o farol.

O motoriza de caminhão desfia, o de ônibus urbano faz que não vê. Nesse confronto de forças, o vento bate na cara e, em alguns momentos, ajuda a empurrar a bike. O tempo passa, a distância parece que aumenta. Vem as paradas obrigatórias. O sono no banco do carro. A bicicleta se incorpora ao corpo. Juntos, ciclista e bicicleta superam cada vez mais obstáculos.

O plano: percorrer 1100 quilômetros entre o Cristo Redentor e Cristo Luz em Balneário Camboriú em 96 horas. Por andam passam, Fernando Baumann e Zoanir Cunha chamam a atenção. Vem as mensagens de boa sorte. Também há os que acham que é impossível fazer o percurso pedalando sem parar. A pergunta que mais se houve é: vão para onde? Ou vem de onde? Dúvidas que intrigam quem vê a dupla passar ou mesmo descansando. Tem também os que acham que os pneus da bicicleta speed não aguentam o tranco. No entanto, ninguém arrisca a desencorajar os ciclistas. Todos, a seu jeito, se engajam na torcida. Fernando e Zoanir, por sua vez, mantém o foco.

A cada parada uma nova piada para passar o tempo. Ninguém escapa das brincadeiras. Uma vez é a roupa apertadinha o motivo de chacota, outra pode ser a distração de alguém. Nem mesmo o atendimento ruim no comércio, perincipalmente na cidade e no estado do Rio de Janeiro, ajudam são motivos para desânimo. O pedal fala mais alto.






2 comentários:

  1. Em qualquer lugar do mundo, não importa onde se esteja, sempre que nos depararmos com cenas de atrocidades as quais a TV insiste em mostrar pela duocentésima bilionésima vez, é bom lembrar que em algum canto deste planeta tem gente que nem sabe da mais nova guerra, do mais recente furacão ou do último atentado; gente que está mais ocupada cuidando de seus rebanhos, cultivando suas pastagens ou remendando suas redes de pesca. Gente mais ocupada, e mais feliz, vivendo suas vidas.
    E juntando-se a estes verdadeiros homens temos, com certeza, alguns espíritos livres vagando por algum lugar remoto desse planeta.


    Escolha o seu deserto, a sua savana, o seu polo ou a sua selva favoritos: naquela região, provavelmente, estará algum despreocupado aventureiro, dormindo em uma barraca, totalmente alheio às mesquinharias das quais o resto do mundo insiste em alimentar-se.

    Talvez porque ao invés de perder seu tempo observando as lutas alheias, ele precise travar suas próprias batalhas para seguir em frente – enfrentando o frio, o deserto e a solidão desses lugares.

    Esses sujeitos são nossos heróis. Sempre foram. Porque num ato de loucura, desatino ou absoluto bom senso, cortaram o cordão umbilical pela segunda vez e reconquistaram as rédeas de seus destinos. Deixaram de viver e discutir e filosofar sobre as aventuras alheias e foram viver as suas próprias. Deixaram de lado as grandes guerras mesquinhas dos pequeninos homens e foram travar as pequeninas batalhas dos grandes Homens.

    Cortejaram o desconhecido.

    Abraçaram a aventura.

    Beijaram a vida

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  2. A força que vem de dentro de vocês, é a mais importante, é a que supera tudo, é incomparável.
    Acredito que, realmente vocês tem o controle do seu próprio ser.
    Concentrem-se, é necessário também repor as energias... E sigam em frente.
    As fotos estão ótimas... Parabéns a equipe de apoio!

    Miriam Melo Baumann.

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